CANTAR DE VERO AMOR
Cecília Meirelles, 1901-1964
A Heitor Grillo
Assim aos poucos vai sendo levada a tua amiga, a tua amada!
E assim de longe ouvirás a cantiga da tua amada, da tua amiga.
Abrem-se os olhos, e é de sombra a estrada para chegar-se à amiga, à amada!
Fecham-se os olhos, e eis a estrada antiga, a que levaria à amada, à amiga.
Se me encontrares novamente, nada te faça esquecer a amiga, a amada!
Se te encontrar, pode ser que eu consiga ser para sempre a amada amiga!
E assim aos poucos vai sendo levada a tua amiga, a tua amada!
E talvez apenas um estrelinha siga a tua amada, a tua amiga.
Para muito longe vai sendo levada, desfigurada e transfigurada, sem que ela mesma já não consiga dizer que era a tua profunda amiga, sem que possa ouvir o que tua alma branda,
que era a tua amiga e que era a tua amada.
Ah! do que se disse nada mais te diga!
Vai-se a tua amada, vai-se a tua amiga!
Ah! do que era tanto, não resta mais nada...
Mas houve essa amiga! mas houve essa amada!
Poem dedicated to dear friend Ilze Volkweis
O livro das virtudes William J. Bennett p. 183.
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