Enquanto na Europa a era dos cavaleiros, quando imperador e príncipes se reuniam para as Cruzadas, chegava ao fim, floresceu no Japão a civilização cortesã dos samurais. A atmosfera de esplendor na residência imperial, os palácios dos nobres e o culto esteticamente refinado dos templos criou uma classe aristocrática cujo patrocínio faria do teatro nô a epítome e o espelho de sua época. Da mesma forma que o ideal europeu da Cavalaria foi exaltado na poesia cortesã da Idade Média, na canção de Rolando, no ciclo arturiano e no Cid, também os épicos japoneses exaltaram o mundo do samurai. Seu código não escrito de honra exigia deles as virtudes do heroísmo, magnanimidade, lealdade até a morte ao senhor feudal, defesa abnegada dos direitos dos fracos e o menosprezo à covardia, avareza e traição. Essas ideias derivavam das doutrinas do zen-budismo, a busca da iluminação e da experiência espiritual intuitiva do absoluto. A força para dominar as tarefas deste mudo era proveniente da observação de períodos diários de intensa meditação que, fora da esfera puramente religiosa, se tornou a mola propulsora de toda arte criativa.
Sotoba Komachi
A peça nô, por sua modelar construção dramática, foi frequentemente comparada à tragédia grega. Existem realmente algumas analogias, em aspectos tais como origem cultural, participação de um coro e distinção nítida entre o protagonista e os personagens secundários. Mas nada disso conta diante do espírito e da abordagem inteiramente diferentes das duas espécies dramáticas. O significado profundo do conteúdo do nô não é a rebeldia mas a afirmação, a afirmação de uma beleza que culmina na aflição. Originalmente o conteúdo oculto da doutrina budista, é um poder secreto em que a beleza está envolvida como a semente da qual a flor há de florescer em seguida. História do Teatro.
The legend of Komachi is that she had many lovers when she was young, but was cruel and mocked at their pain. Among them was one, Shi no Shõshõ, who came a long way to court her. She told him that she would not listen to him till he had come on a hundred nights from his house to her and cut a hundred notches on the shaft-bench of his chariot. And so he came a hundred nights all but one, through rain, hail, snow, and wind. But on the last night he died. Once, when she was growing old, the poet Yasuhide asked her to go with him to Mikawa. She answered with the poem:
I that am lonely,
Like a reed root-cut,
Should a stream entice me,
Would go, I think ...
The Noh Plays of Japan pg. 85.
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