Rotulado como dois homens sem nada em comum, exceto a vontade de viver e um lugar para morrer, Papillon, de Franklin J. Schaffner, continua sendo uma referência para todos os filmes de fuga da prisão. Começa com Papillon - Steve McQueen, sendo envidado para uma prisão na Guiana Francesa por um crime que supostamente não cometeu. Lá, salva a vida de Dega - Dustin Hoffman, prisioneiro e falsário. A partir daí o filme narra as suas diversas tentativas de fuga, financiadas por Dega, até que Papillon finalmente consegue escapar. A partitura de Jerry Goldsmith repercute à ambientação tropical para fazer de Papillon menos um filme de ação e mais um confronto entre o homem e a natureza. McQueen é, portanto, o veículo para explorar a lealdade entre indivíduos e a dor, um herói em sofrimento. Os espectadores atentos notarão quão pouco diálogo há no filme. Em vez disso, o impacto de Papillon vem das atuações e da sórdida detenção. Possivelmente o exemplo mais perfeito e o seu confinamento em cela soitária, embora não diga uma palavra, McQueen ainda assim demonstra ser uma estrela, com enorme presença em cena. O cerne do filme, entretanto, nos vem por meio de um pesadelo. Acusa-o de uma vida desperdiçada, dizem a Papillon, mas o filme torna-se um contra-argumento porque o seu triunfo é de um homem insignificante derrotando um sistema projetado para quebrá-lo.
Papillon Official Trailer 1973
1001 filmes para ver antes de morrer Editora Sextante p. 563.
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