Les Parisiens se sont déplacés en masse afin de rendre un dernier hommage à Victor Hugo, au pied de l’Arc de Triomphe voilé de crêpe noir. 22.Mai.1885. Image: CORBIS
Em 1885 Freud foi a Paris, onde estudou durante vários meses na clínica de Charcot. Familiarizou-se com a hipnose como método de produção de sintomas histérico e de seu tratamento, e igualmente com a síndrome da histeria, tanto na forma grande como na petite, que Charcot delineara. Como outros neurologistas atualizados de seu tempo, Freud procurou banir os sintomas de seus pacientes pela sugestão hipnótica, com diferentes graus de êxito. Foi aproximadamente nesta época que seu amigo Breuer lhe contou uma experiência com uma paciente histérica que foi de crucial importância no desenvolvimento da psicanálise. O próprio Breuer era um médico clínico de talento considerável e com excelente formação em fisiologia. Entre outras coisas, colaborou na descoberta do reflexo respiratório conhecido como reflexo de Hering-Breuer, e introduziu o uso da morfina no edema pulmonar agudo. O que Breuer comunicou a Freud foi que vários anos antes tratara uma mulher histérica por hipnose e verificara que seus sintomas desapareceram quando ela foi capaz, em estado hipnótico, de recordar a experiência e a emoção associada que conduzira ao sintoma em questão, seus sintomas puderam ser afstados ao conversar sobre eles sob hipnose. Entusiasmado, Freud aplicou esse método no tratamento de seus pacientes histéricos com bons resultados. As consequências desse trabalho foram publicadas em colaboração com Breuer - 1895, sob a forma de artigos e, posteriormente, numa monografia. À medida que Freud prosseguiu na experiência, contudo verficou que a hipnose não era uniformimente fácil de se induzir, que os bons resultados tendiam a ser transitórios e que pelo menos algumas de suas pacientes tornaram-se sexualmente apegadas a ele durante o tratamento hipnótico. O que lhe era muito desagradável. A essa altura a lembrança de uma experiência do hipnotizador francês Bernheim veio em sua ajuda. Bernheim demonstrara a um grupo do qual Freud fazia parte que a amnésia de um paciente, durante suas experiências hipnóticas, podia ser removida sem voltar a hipnotizar o paciente, ao instá-lo a recordar aquilo que afirmava que não podia. Se a insistência era bastante persistente e poderosa, o paciente acabava por relembrar o que havia esquecido sem ser reipnotizado. Freud deduziu, com base nisso, que poderia ser capaz também de remover a amnésia histérica sem hipnose e começou a fazê-lo. A partir desse início, desenvolveu a técnica psicanálitica, cuja essência consiste em que o paciente empreende a comunicação ao psicanálista de quaisquer pensamentos, sem exceção, que lhe venham à mente abstendo-se de exercer sobre eles uma orientação consciente ou uma censura.
Le Dr Charcot à la Salpêtrière 1887.
La leçon clinique à la Salpêtrière représente le neurologue Jean Martin Charcot lors d’une de ses leçons du mardi, examinant une patiente hystérique, Blanche Wittmann. Il est entouré d’un grand nombre de ses élèves et collaborateurs, dont Théodule Ribot, Paul Richer et Gilles de La Tourette. On y voit aussi Joseph Babinski, lequel recueille avec une sorte dévotion le corps pâmé de la patiente.
A razão do grande valor de o paciente necessitar renunciar ao controle consiente de seus pensamentos é esta, aquilo que o paciente pensa e diz sob tais circunstâncias é determinado por motivos e pensamentos inconscientes. Assim, Freud, ouvindo as associações livres do paciente, que eram afinal livres apenas do controle consciente, era capaz de forma uma imagem, por inferência, do que inconscientemente estava ocorrendo na mente do paciente. Ele se encontrava, portanto, na posição única de poder estudar os processos mentais inconscientes do seu paciente e cuidadosa observação, foi que não somente os sintomas histéricos, mas também muitos outros aspectos normais e patológicos do comportamento e do pensamento, eram o resultado do que inconscientemente estava acontecendo na mente do indivíduo que os apresentava. No curso do estudo dos fenômenos mentais inconscientes, Freud cedo descobriu que estes poderiam ser divididos em dois grupos, o primeiro grupo comprendia pensamentos, lembranças, etc., que podiam facilmente se tornar conscientes por um esforço de atenção. Tais elementos psíquicos têm acesso fácil a consciência e Freud os chamou de pré-consciente e um dado momento, por exemplo, é pré-consciente tanto antes como após esse momento particular. O grupo mais interessante dos fenômenos inconscientes, no entanto compreendia aqueles elementos psíquicos que podiam se tornar conscientes a custo de considerável esforço. Em outras palavras, ele eram barrados da consciência por uma força considerável, que tinha de ser superada antes que eles pudessem tornar-se conscientes. É o que encontramos, por exemplo, no caso da amnésia estérica. Foi para esse segundo grupo de fenômenos que Freud reservou o termo inconsciente no sentido mais estrito. Ele pôde demonstrar que o fato de serem inconscientes nesse sentido de forma alguma os impedia de exercer a mais significativa influência no funcionamento mental. Além disso, foi capaz de demonstrar que os processos inconscientes podem ser bastante comparáveis aos conscientes em precisão e complexidade.
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A evidência dessa espécie, que é da natureza de uma experiência, é proporcionada pelos fatos bem conhecidos da sugestão pós-hipnótica. Um paciente é hipnotizado e, durante o transe hipnótico, diz-se algo que ele deve fazer depois de sair do transe. Por exemplo, diz-se ao paciente, - Quando o relógio bater duas horas, você se levantará da cadeira e abrirá a janela. Antes de acordar, é dito também ao paciente que ele não se lembrará do que aconteceu durante o transe hipnótico, e então lhe é dito que acorde. Pouco depois que o paciente acorda, o relógio soa as duas horas e ele se levanta e abre a janela. Se lhe perguntarem então o por que o faz, ele dirá,- Não sei, tive vontade de fazê-lo, ou, mais comumente, fornecerá alguma racionalização, como, por exemplo, a de que sentia calor. O importante é que ele não está consciente no momento em que realiza a ação que o hipnotizador lhe ordenou, não sabe por que o fez e nem pode tornar-se consciente do motivo verdadeiro por um simples ato de memória ou de introspecção. Tal experiência mostra claramente que um processo mental verdadeiramente inconsciente, obediência, a uma ordem, nesse caso, pode ter um efeito dinâmico ou motor sobre o pensamento e o comportamento.
Charles Brenner Noções básicas de psicanálise p.22.
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