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sábado, 3 de novembro de 2018

Eles vivem entre nós


Parecem-se fisicamente conosco, mas são desprovidos deste sentido tão especial, a consciência. Muitos seres humanos são destituídos desse senso de responsabilidade ética, que deveria ser a base essencialm de nossas relações emocionais com os outros. Sei que é dificíl acreditar, mas algumas pessoas nunca experimentaram ou jamais experimentarão a inquitude mental, ou o menor sentimento de culpa ou remorso por desapontar, magoar, enganar ou até mesmo tirar a vida de alguém. Adimitir que existam criaturas com essa natureza é quase uma rendição ao fato de que o  mal habita entre nós, lado a lado, cara a cara. Para as pessoas que acreditam no amor e na compaixão como regras essenciais entre as relações humanas, aceitar essa possibilidade é, sem dúvida bastante pertubador. No entanto, esses indivíduos verdadeiamente maléficos e ardilosos utilizam disfarces tão perfeitos que acreditamos piamente que são seres humanos como nós. São verdadeiros atores da vida real que mentem com a maior tranquilidade,  como se estivessem contando a verdade mais cristalina. Assim, conseguem deixar seus instintos maquiavélicos absolutamente imperceptíveis aos nossos olhos e sentidos, a ponto de não percebermos a diferença entre aqueles que têm consciência e os desprovidos do nobre atributo. Por esse motivo, é natural que você esteja agora se perguntando, de forma íntima e angustiada, se as pessoas com as quais convive ou que fazem parte de seu mundo são dotadas de consciência ou não. Por isso, neste exato momento, proponho um passeio virtual, mental. Pare e pense nos seus vizinhos, nos jovens nas escolas, nos trabalhadores dda sua rua, nos profissionais de várias áreas, nos amigos dos seus amigos, nas mães que zelam pelos seus filhos, nos líderes religiosos e nos políticos, de sua nação. Pare e pense agora nos seus familiares, no seu chefe, no seu subordinado. Será que todos, sem exceção, são dotados de consiência?  Torcemos para que sim! Contudo, lamentavelmente, não é bem assim que a realidade se mostra. Poderíamos responder a essa mesma pergunta com um vigoroso Não! Qualquer uma das pessoas mencionadas como exemplo poderia, de fato, ser desprovida de quaisquer vestígio de consciência. Em outras palavras, elas estão abslutamente livres de constrangimentos ou julgamentos morais internos e podem fazer o que quiserem, de acordo com seus impulsos destruitivos. Estamos pisando agora num terreno assustador, intrigante e desafiador, a mente perigosa dos psicopatas. Eles são identificados por diferentes nomenclaturas, como, sociopatas, personalidades antisociais, personalidades psicopáticas, personalidades dissociais, entre outras. Muitos estudiosos preferem diferencia-los, com explicações ainda subjetivas que, no meu entender, poderiam apenas confundir o leitor. Por causa de um consenso definitivo, a denominação dessa disfunção comportamenteal tem despertado acalorados debates entre muitos autores, clínicos e pesquisadores ao longo do tempo. Alguns utilizam a palavra sociopata por pensar que fatores sociais desfavoráveis sejam capazes de causar o problema. Outras correntes, que acreditam no fato de fatores genéticos, biológicos estarem envolvidos na origem do transtorno, adotam o termo psicopata. Por outro lado, também não temos consenso entre instituições como a Associação de Psiquiatria Americana DSM-IV-TR, e a Organização Mundial de Saúde CID 10. A primeira utiliza o termo Transtorno da Personalidade Antisocial, já a segunda prefere Transtorno de Personalidade Dissocial. Em face de tantas divergências, e com o intuito de facilitar o entendimento, resolvi unificar as diversas nomenclaturas e empregar apenas a palavra psicopata. Seja lá como for, uma coisa é certa, todas essas terminologias definem um perfil transgressor. O que pode suscitar uma pequena diferenciação entre elas é a intensidade com a qual os sintomas se manifestam. É importante ressaltar que o termo psicopata pode dar a falsa impressão de que se trata de indivíduos loucos ou doentes mentais. A palavra psicopata literalmente siginifica doença da mente, do grego psiche: mente, e pathos: doença. No entanto, em termos médico-psiquiátricos, a psicopatia não se encaixa na visão tradicional das doenças mentais. Esses indivíduos não são considerados loucos nem apresentam algum tipo de desorientação. Também não sofrem de delírios ou alucinações, como a esquizofrenia, e tampouco apresentam intenso sofrimento mental, como a depressão ou o pânico, por exemplo. Ao contrário disso, seus atos criminosos não provêm de uma mente adoecida, mas sim de um raciocínio frio e calculista combinado com uma total incapacidade de tratar as outras pessoas como seres humanos pensantes e com sentimentos. Os psicopatas, em geral são indivíduos frios, calculista, enescrupulosos, dissimulados, mentirosos, sedutores e que visam apeans o próprio beneficío. São incapazes de estabelecer vículos afetivos ou de se colocarem no lugar do outro. São desprovidos de culpa ou remorso e, muitas vezes, revelam-se agressivos e violentos. Em maior ou menor nível de gravidade, e com formas diferentes de manifestar os seus atos transgressores, os psicopatas são verdadeiros predadores sociais, em cujas veias e artérias corre um sangue gélido. 


Os psicopatas são indivíduos que podem ser encontrados em qualquer etinia, cultura, sociedade, credo, sexualidade ou nível financeiro. Estão infiltrados em todos os meios sociais e profissionais, camuflados de executivos bem-sucedios, líderes religioso, trabalhadores, pais e mães de família, políticos etc. Certamente, cada um de nós conhece ou conhecerá algumas dessas pessoas ao longo da vida. Muitos já foram manipulados por elas, alguns vivem forçosamente com elas e outros tentam reparar os danos materiais e psicológicos por elas causados. Por isso, não se iluda, esses indivíduos charmosos e atraentes frequentemente deixam um rastro de perdas e destruição por onde passam. Sua marca principal é a imprssionante falta de consciência nas relações interpessoais estabelecidas nos diversos ambientes do convíveo humano, afetivo, profissional, familiar e social. O jogo deles se baseia no poder e na autopromoção à custa dos outros, e eles são capazes de atropelar tudo e todos com total egocentrismo e indiferença. Muitos passam algum tempo na prisão, mas para a infelicidade coletiva, a grande maioria deles jamais esteve numa delegacia ou em qualquer presídio. Como animais predadores, vampiros ou parasitas humanos, esses idivíduos sempre sugam suas presas até o limite improvável de uso e abuso. Na matemática desprezível dos psicopatas, só existe o acréscimo unilateral e predatório, e somente eles são os benefiados. Cabe aqui, uma ressalva. Todos nós, dotados de consciência, podemos, em um momento qualquer da vida, magoar ou insultar o próximo, cometer injustiças ou equívocos e, em casos extremos, matar alguém sob forte impacto emocional. Afinal, somos humanos, e nem sempre estamos com nossa consciência funcionando cem por cento, somos influenciados pelas circunstâncias ou pelas necessidades. Além disso, vivemos numa sociedade com valores distorcidos, competitiva, de poucas referências, que nos leva a querer tirar vantagens aqui e acolá. Essas derrapagens e esses deslizes a que estamos sujeitos em nossa jornada definitivamente não nos tornam psicopatas. Um belo, dia, o senso ético nos faz refletir sobre nossas condutas, voltar atrás e rever nossos conceitos do que é certo e errado. Caso contrário, o remorso nos perseguirá, torturará e, dependendo da extesão, jamais nos deixará em paz. Por isso, é sempre bom o leitor ter em mente que, aqui, eu me refiri às pessoas de índole, que comentem suas maldades por puro prazer ou diversão e sem vestígios de arrrependimento. Esta última palavra simplesmente não existe no parco repertório emocional dos psicopatas. 

Ana Beatriz Barbosa Silva mentes perigosas o psicopata mora ao lado Editora Principium p. 36.  

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