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sábado, 3 de novembro de 2018

A consciência genuína

Transplantes e Doações de Ógãos

No decorrer da nossa história, muitos estudos e teorias se formaram em torno da consciência e das inevitáveis polêmicas sobre o bem e o mal. Com o passar dos séculos, a consciência foi, e ainda é, alvo de discussões entre teólogos, filósofos, sociólogos e, mais recentemente, desafia e intriga cientistas e juristas. De fato, conceituar ou definir conciência é algo extremamente complexo que pode gerar controvérsias por anos a fio. Isso porque ela está acima de teorias religiosas ou mesmo psicológicas e cientifícas. A meu ver, ter consciência ou ser consciente trata-se de possuir o mais sofisticado e evoluído de todos os sentidos da vida humana, o sexto sentido. Atrevo-me a afirmar que tal sentido foi o último a se desenvolver na história evolutiva da espécie humana. Nossa humanidade, benevolência e condescendência devem ser atribuídas a esse nobre sentido. A consciência é criadora do significado de nossa existência e, de forma subjetiva, também é criadora do significado da vida de cada um de nós. Ela influencia e determina o papel que cada um terá na sociedade e no universo. Como eu disse, a consciência  é tão espetacular que só podemos senti-la, e talvez esteja aí toda a sua  grandeza. Se existe alguma coisa de divino em nós, entendo que a nossa consciência seja essa expressão e, quem sabe, uma fração incalculável do tão falado e pouco praticado amor universal ou incondicional. Na verdade, esse sexto sentido é essencialmente baseado na compaixão e na verdadeira prática do amor. Uma vez que a consciência está profundamente alicerçada em nossa habilidde de amar, em criar vínculos afetivos e nos abastecer dos mais nobres sentimentos, ela nos faz subjetivamente únicos, porém integrados e sincrônicos com o todo maior e transcedente, tenha ele o nome que tiver, nos diversos povos ao redor do mundo. A consciência genuína nos impulsiona a ir ao encontro do outro, colocando-nos em seu lugar e entendendo a sua dor. Somos tomados por gestos simples, como desejar bom dia àqueles que não conhecemos ou ligar para um amigo só para dizer - Olá, como vai? Estou aqui para o que der e vier! Inundados de consciência, pedimos desculpas sinceras àqueles que magoamos ou ferimos num momento de equívoco. Agradecemos aos nossos pais pela oportunidade da vida e pelos ensinamentos de retidão. Vibramos e nos emocionamos com a superação de um atleta, que derrama lágrimas ao subir no degrau mais alto do pódio. Esse sexto sentido é que nos comove com as situações trágicas e também com a felicidade do encontro de irmãos separados desde a infância. Ele nos traz indignação diante do preconceito , do desrespeito às regras sociais, da intolerância ao próximo, da falta de educação, da corrupção e da impunidade. A consciência nos inspira a zelar pelo nosso animal de estimação e a nos desesperarmos pelo desaparecimento dele. Inspira-nos a chorar copiosamente com o nascimento de um filho e a acompanhá-lo rumo à descoberta do mundo ao seu redor. Permite-nos sentir a profundidade de uma bela melodia, apreciar a exuberância de uma flor e exclamar, - Nossa, que linda!. A consciência gera movimentos de extrema grandeza pela paz e leva milhares de pessoas às ruas para protestar contra a violência, impulsiona o sacrifício voluntário e incondicional de pessoas que lutam em prol da humanidade. Ela alegra nosso coração com os primeiros raios de sol, anunciando que o dia será mais colorido, e também com a chuva que faz brotar a plantação garantindo o nosso pão de cada dia. É a consciência que nos impele a doar órgãos em momentos de extrema dor e a torcer por um final feliz. Impulsiona indivíduos a salvar muitas vidas, mesmo sabendo que pode ser o seu próprio fim. Leva-nos às preces, às orações e às correntes do bem, na esperança de dias melhores. Movimenta-nos contra a seca, a fome, o desmatamento das florestas e a destruição da camada de ozônio, que colocam em risco o rumo do planeta e o futuro das novas gerações. Enfim, nos pequenos ou nos grandes gestos, a consciência genuína, e somente ela, é capaz de mudar o mundo para melhor. 


Ana Beatriz Barbosa Silva mentes perigosaso psicopata mora ao lado Editora Principium p. 33.  

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